segunda-feira, 2 de junho de 2008

O Progresso Científico deu TILT

Camaradas,

Os leitores mais assíduos devem se lembrar que alcancei a luz e a sabedoria plena em janeiro, solucionando os dois últimos mistérios da tecnologia, a lembrar: o funcionamento da pistola do máster system e o como a pasta de dente continua saindo com listras, mesmo depois de ser apertada. Pois bem, o bom cientista precisa provar seus resultados e isso também vale para os sábios. Foi o que fiz. Cientificamente abri um tubo de pasta de dente para provar para todos os leitores a tese de que há um compartimento especial para a substância que faz as listras, de forma que se pode apertar o tubo, misturando a pasta nele contida, sem que se altere o bonito visual sobre a escova quando a pasta é nela depositada.

Desculpem os mais apressados, mas como todo relatório científico, todas as etapas, instrumentos e observações devem ser registradas para que o experimento possa ser repetido pela comunidade e a tese corroborada.

Em primeiro lugar, os instrumentos. Na foto abaixo há o registro de todos os instrumentos em meu laboratório que poderiam ser úteis nesse experimento.

(foto 1: instrumentos de precisão disponíveis e o objeto de estudo)

Preocupado com a possibilidade de reprodução do meu experimento por alguns de meus pares cientistas menos equipados, me restringi ao uso apenas das ferramentas estritamente necessárias. A faca, a tábua e o saca-rolha. Afinal, a ciência merece comemoração.

(foto 2: instrumentos utilizados)

O leitor atencioso verá na foto a seguir que o tubo de pasta de dente – já praticamente terminado – ainda dava evidência que as diferentes substâncias coloridas de seu interior estavam devidamente separadas, possibilitando a formação de listras quando a pasta é extraída da embalagem.

(foto 3: a boca do tubo)

O método escolhido para o experimento é vastamente aceito pela comunidade, baseado no seminal trabalho de Alfred E. Neuman (1958), consistindo em cortes transversais paralelos, de forma a conhecer a anatomia interna em todas as seções do objeto.

(foto 4: aplicação do método Neuman)

Verá o nosso leitor que, por mais espremido que seja o tubo, sempre resta uma boa quantidade de pasta que não é aproveitada pelo consumidor. Isso é o que os cortes transversais nos mostram: eu imaginava que o tubo já estivesse vazio (não ia desperdiçar um novo!). Por outro lado, não há nenhum sinal de compartimento especial para as listras. Pelo contrário, é evidente que as diferentes cores estão misturadas no tubo.


(fotos 5 e 6: há muita pasta dentro do tubo)

Por fim, o corte longitudinal no bocal do tubo foi a prova final que não existe compartimento especial para a substância que faz as listras. Para espanto da ciência e do conhecimento formal, as evidências todas comprovam que as listras da pasta de dente são ainda um mistério. Apenas uma vontade superior e sobrenatural pode ser responsável pela correta saída de pasta de dente com listras, já que todas as cores estão misturadas dentro do tubo.

(foto 7: o corte no bocal)

O progresso científico deu TILT. O mistério da tecnologia contínua sem solução e eu volto ao estado das trevas. Felizmente, nem toda a ciência foi em vão: sabemos agora que mesmo quando achamos que a pasta acabou, tem mais lá dentro do tubo. Convoco todos os escovadores de dentes que abram seus tubos de pasta e aproveitem até o fim! Talvez isso reduza a pressão inflacionária e evite o aumento da SELIC.

Agradeço a CAPES e CNPq pelo apoio financeiro à essa pesquisa.

Tendo dito, até

espasmo

camaradas,


Antes de ser sábio, eu queria ser publicitário. Achava que seria legal ficar rico fazendo as pessoas quererem aquilo que elas não precisam. De quando em quando ainda tenho espasmos publicitários e alguns slogans e nomes de marcas surgem na minha imaginação.

“Seu marido acordou com a macaca?

Venha fazer o tratamento intensivo no Pello Menos”.