terça-feira, 16 de setembro de 2008

Começando pelo começo: Dr. No (1962)



Camaradas,


Falemos de – que nome! – Honey Rider. O que é aquilo? Meus senhores, o início dos anos 1960 eram muito sensuais. Ursula Andress saindo do mar, com o corpo coberto apenas por um biquíni branco é uma cena antológica. Algum dia ainda escrevei aqui sobre as mulheres de um tempo antes das plásticas e do photoshop, quando elas eram diferentes e cada uma tinha seus próprios encantos, mas isso deixo pra depois.
Pois bem, nesses tempos felizes, James podia dar-se o luxo de conhecer três diferentes mulheres no mesmo filme, e as conquistava com uma canalhice explícita que os chatos anos 80 e 90 fizeram questão de enterrar. Ah, ele usa chapéu. E fuma! Além de conseguir tudo que a gente quer, ele pode fazer tudo que hoje é proibido!
James é aqui interpretado pelo maior de todos – quase dois metros de altura – Sean Connery. Ele mudou uma geração. Os japoneses começaram a fazer implante de pêlos no peito para se parecerem mais másculos! Quem diria que hoje em dia 007 é totalmente raspado...
Connery, entre todos os atores que assumiram a responsabilidade de dar vida ao sonho masculino, é o mais canalha. Representa um tempo que os homens ainda tinham o poder, antes da pílula anticoncepcional e da aids. Um Bogart não deprimido, ágil e alto. Eu adoro ter nostalgia de um tempo que não vivi.
Falemos daquela época. Em tempos de crise dos mísseis e corrida espacial, o inimigo é um doido, da SPECTRE, que usa rochas radioativas para montar seus foguetes particulares e ferrar com o programa espacial dos EUA.

Vale lembrar que nesse tempo os americanos estavam desesperados porque o livre mercado não estava sendo tão eficiente quanto o dirigismo soviético para lançar satélites e colocar cães, macacos e até humanos no espaço. Os gringos tiveram que criar uma agência estatal para resolver a questão, já que a Pan Am (saudosa) não estava dando conta do recado. Resultado: depois de perder todas as etapas da corrida, conseguiram colocar um americano pisando na lua antes dos comunistas comedores-de-criancinha, levado por uma lata de sardinhas cujo computador era mais fraco que uma HP 12c.
Bem, por causa desse filme eu experimentei meu primeiro vodka-martini, batido não mexido. Duas bebidas que eu detesto, mas que juntas têm o sabor canastrão de um tempo mais fácil de se entender.

Tendo dito, até!

Bond, James Bond

Camaradas,

Todo sábio adora James Bond. Jimmy, o elegante agente secreto britânico é tudo o que queremos ser: bonitos, inteligentes, elegantes, responsáveis pela paz e segurança na terra, conhecedores de história, vinhos, arte, pilotos exímios de qualquer coisa que se mova e, principalmente, irresistíveis sedutores. O melhor é que Bond consegue ser tudo isso com uma facilidade espantosa que lhe permite até certo desdém.
São mais de 120 milhões de páginas na Internet com referência a 007, segundo o novo Deus Google, além das páginas impressas e imagens. Tem muita coisa mesmo, de forma que não precisamos fazer grandes apresentações. O foco que se dará aqui é comentar os filmes de James Bond com a sabedoria que nos é peculiar. Em especial, lembrar que já se foram quase cinqüenta anos desde o primeiro filme e que assisti-los, até hoje, é um deleite não só pelo nosso personagem idolatrado mas também porque um filme de 007 pode ser entendido como uma aula de história: seus costumes, preocupações e inimigos são fruto de sua época e, com o mundo, James mudou com o passar do tempo.

Inspirado pelo lançamento do novo epsódio “quantum of solace” no final desse ano, pretendo rever todos os filmes, na seqüência em que foram lançados, devidamente acompanhado por um bom charuto e alguns goles de bom uísque – afinal Sean Connery é escocês. Mais que isso, inundarei esse portal de sabedoria com meus comentários.