sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Goldfinger (1964)



He´s the man with the Midas’ toutch! Muito bem amigos. Esse é provavelmente o mais marcante de todos os filmes de 007. Depois dos dois primeiros, que ainda ensaiavam o estilo e não contavam com tantos recursos, em Goldfinger definiu-se o que conhecemos como um típico filme de James Bond: muitas cenas de ação, cenas abertas, muitos figurantes e tudo mais. E claro, muitas mulheres e brinquedinhos divertidos.

Falemos dos brinquedinhos. O mais legal que 007 tinha até então era uma maleta bacana. Em Goldfinger ele tem um carrão, o famoso Aston Martin, todo equipado, incluindo um assento ejetável. “You must be joking!”, “I never joke about my job, 007”, responde Q.

E quantas mulheres! A primeira de todas é uma moça do cabaré, sem nome, que ele usa de escudo contra um ataque surpresa. A segunda, é Jill Masterson, que morre pintada de ouro. Logo depois, aparece a irmã, Tilly Masterson – gatíssima – que por ser irmã não poderá entrar pra lista de James, então ela morre antes que dê tempo de um envolvimento, digamos, mais físico. Por fim, a pós-balzaca Pussy Galore (como eu adoro os nomes das bondgirls!).


E são todas ligadas de uma forma ou de outra ao vilão da história, o doido e milionário Auric Goldfinger que, apesar de inglês, parece uma mistura de holandês com alemão (daria um dinamarquês?). Vilão tão estranho que dá umas três ou quatro chances pra 007 continuar vivendo. Incauto!

Jill é a “acompanhante” do sujeito e – evidentemente – não resiste ao charme de Sean Connery. Como recompensa, é pintada de ouro e morre.


Tilly quer vingar a morte da irmã e acaba se aproximando de 007. Acaba levando um chapéu no pescoço e morre. Um desperdício. Aliás, chapéu que já virou clássico, lançado por Oddjob, um coreano mudo e risonho.

(pobrezinha, não deu tempo de conhecer melhor o 007)

Três notas importantes, antes da próxima mulher: nesse filme James Bond não usa chapéu em nenhuma cena. É o fim da moda. Ele apenas lança o chapéu para o cabide quando visita M, mas na saída não o encontra de volta. Os chapéus nunca voltaram à moda masculina, o que é muito lamentável. Outro destaque é que Goldfinger tem um exército de coreanos ao seu dispor. Não sei como ele conseguiu levar todos esses paramilitares pra dentro dos EUA sem ter problemas na imigração. Os curiosos notem que é nesse filme que Sean Connery fala pela primeira vez a frase “shaken, not stirred”, para a forma de preparar seu drinque de vodka e Martini (Dr. No e um barman fazem também referência a esse estilo, mas não são palavras pronunciadas pelo próprio 007).

Chegamos a ela, Pussy. Mulher durona, pilota aviões e está junto com o vilão no plano maligno para zuar o Forte Knox. É uma mulher madura, segura de si, bem diferente do estilo bondgirl. Mas – é claro – mudará de lado depois de se aventurar com James numa tarde de prazer no feno. Essa não morre.



Para além das coisas divertidas e impecáveis desse filme, há a curiosa preocupação com o padrão-dólar-ouro então vigente, o sistema de Bretton Woods. O plano do vilão é explodir uma bomba nuclear no Forte e tornar o ouro americano (que lastreava o dólar) inutilizável, o que levaria a um aumento no preço do ouro. Como Goldfinger tinha muito ouro, ele ficaria ainda mais rico. Mal sabia ele que alguns anos depois, Nixon geraria o mesmo efeito com apenas uma canetada, sem precisar implodir o Forte Knox...

O deleite dos filmes dos anos 1960 é a forma explícita que a natureza canalha e bêbada de James Bond é retratada. Com a elegância que só Sean Connery seria capaz. Ele está o tempo todo fumando, bebendo e soltando as cantadas mais chulas para as mocinhas. E mesmo assim ele salva o mundo!

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