terça-feira, 24 de novembro de 2009

Le Beaujolais Nouveau Est Arrivé!



Camaradas,

Acabei de receber carta da minha importadora favorita de vinhos recomendando que “eu não perca tempo e aproveite a chegada do Beujolais Nouveu”. Há muitas coisas que me causam raiva na vida cotidiana e na observação do capitalismo, dos mercados e das coisas – há sempre especialistas em coisas – mas esse Bouujolais Nouveau é algo que me tira do sério.


Grande engodo mercadológico desses franceses! E eu adoro os franceses. Em quase tudo. Menos na extrema esperteza que eles têm em sacanear os não-franceses. São como cariocas. Só que civilizados.

O Beaujolaix Nuveau é uma porcaria que precisava ser vendida rápido e montou-se o mais eficiente sistema de distribuição mundial para levar garrafas de vinho a japoneses e novos-qualquer-coisa do mundo o mais rápido possível.

Não vale o quanto custa.

Não vale o quanto pesa.

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Nota do keynesiano: dá empregos a rodo pelo mundo afora.

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Nota do sábio: que idioma complicado...

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Tendo dito, até!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Calor, muito calor

Camaradas,

As delícias da primavera, seu frescor e sua paixão são memórias. Algumas mais vagas e distantes que outras. O frescor é muito vago...


Está tão calor que até os copos de chope derretem.

A paixão é uma saudade...


(eu adoro esses dois aí. e essa música é impressionante: como o cara conseguiu colocar tantas sílabas em tão poucos tempos?)

tendo dito, até!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Cotidiano 2

Camaradas,

Falando em surrealismo do cotidiado, registrei a prova da minha incapacidade de ler coisas. Ou talvez do meu analfabetismo. Várias vezes incorri no erro de colocar adoçante na batata frita. É simples: as marcas de pozinhos têm, em geral, três tamanhos. Um, mais esticado e maior, destinado a qguardar açucar. Os outros dois, com formatos próximos a um quadrado, menores, guardam adoçante e sal. Mas são embalagens quase do mesmo tamanho e quase das mesmas cores.



Aposto que outros tiveram experiências semelhantes, causadas pelo sarcasmo dos fabricantes de saquinhos que gostam de debochar dos pobres consumidores incautos. (ou pelo excesso de chope).

Por um mundo sem enganação! Pelo fim da exploração do homem pelo homem! Pelo fim da exploração do homem pela mulher! Pela diferenciação clara dos saquinhos de sal e adoçante!

Tendo dito, até!


(Registre-se que a punjante economia fluminense é incapaz de produzir sal. Importa-se da metrópole)

Cotidiano



Camaradas,

A vida é sempre mais feliz com pitadas de surrealismo. Hoje, no supermercado, me deparei com uma sacola com um evidente problema de esquizofrenia aguda. Ou talvez fosse uma questão de daltonismo. Ou ainda, um efeito de um alvejante poderoso.



Do alto da minha sabedoria, imagino que seja uma peça publicitária, incitando os clientes do mercado a procurarem oculistas ou psiquiatras.

Tendo dito, até!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O melhor amigo do homem

Camaradas,

Me inspirei. E lembrei que faz tempo que não falo do melhor amigo do homem: o cachorro engarrafado. O uísque.

Vinícius - que ilustra esse portal de sabedoria - e seus amigos tinham grandes virtudes.



Cuidado pra não se cortar!

Tendo dito, até!

Fora do Eixo - 2

Camaradas,

Há coisas que me deixam fora do eixo. Muitas coisas.

O Rio me deixa um pouco fora do eixo...

E o feriado se anuncia...



E amanhã é sábado!

Macho e fêmea os criou
Genesis, 1, 27

I

Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.

Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.

II

Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado

Hoje há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado

Há um rico que se mata
Porque hoje é sábado

Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado

Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado

Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado

Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado

Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado

Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado

Há um grande espírito-de-porco
Porque hoje é sábado

Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado

Há criançinhas que não comem
Porque hoje é sábado

Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado

Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado

Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado

Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado

Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado

Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado

Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado

Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado

Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado

Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado

Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado

Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado

Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado

Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado

Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado

Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado

Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado

De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado

Há uma comemoração fantástica
Porque hoje é sábado

Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado

E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado

Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado

III

Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, o Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra;
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.

Na verdade, o homem não era necessário.

Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres como as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias.

Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos.

Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.

Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia.

Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia.

Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias.

A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.

Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos;
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade.

Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no Sétimo...

E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente,

Porque era sábado.


tendo dito, até!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Grandes momentos da Humanidade

Camaradas,

Os grandes momentos falam por si.

Tendo dito, até!


Adoro Playback...


Os grande guerreiros romanos tomavam entorpecentes, usavam anéis e se vestiam multicoloridos!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Momento nerd

Camaradas,

Todos temos nossos momentos nerds. Os meus são vários, mas chegam no limite quando admito minha admiração pelo Star Wars. Tem tantas mensagens e analogias suficientemente explícitas que até adolescentes entendem.

Vai aí uma:



tendo dito, até!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cerejas

Camaradas,

Depois de um monte de coisas difíceis, a primavera está - ao seu jeito - sorrindo pra mim. Estou surpreendentemente de bom humor. Apesar disso, lembrei o motivo pelo qual eu não gosto de cerejas.



Tendo dito, até

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A primavera, de novo

Camaradas,

Os leitores mais assíduos sabem que eu sou um grande entusiasta da primavera, a estação das flores, dos amores, das paixões e da vida. As cores são mais fortes, as sensações mais intensas e os odores mais marcantes. O homem, ser emotivo que é (devemos lembrar que a lombada é a prova da irracionalidade humana – outro dia discorro sobre isso), atinge a plenitude na primavera. Como todas as outras criaturas de Deus, se Ele assim quis.

Bem, deve ter quisto. A primavera é linda. As flores, as frutas, as cores...

Ah, doce primavera!


As orquídeas são as criaturas vegetais mais eróticas que a imaginação divina - e do acaso - já inventaram. Algumas com a sábia, criativa e tarada ajuda da engenharia genética.


Visitei a casa da vovó e lá vi um conjunto de orquídeas bastante exuberantes, carnudas e... lindas!


essa é uma das poucas orquídeas "masculinas" que vi na minha sábia vida...


... e essa também. Apesar de que, de perto, são pequenas florezinhas delicadas.


No centro do Rio, o último suspiro do inverno foi o florido ipê, anunciando a primavera.

Tendo dito, até!

Club dei Nati Stanchi



Si nasce stanchi e si vive per riposare.

Ama il tuo letto, più di te stesso.

Riposa di giorno per dormire la notte.

Se vedi uno che riposa aiutalo.

Il lavoro è fatica.

Non fare oggi quello che puoi fare domani.

Fai quello che puoi e quello che dovresti fare, lascialo fare agli altri.

Di troppo riposo non è mai morto nessuno.

Quando ti viene voglia di lavorare siediti e aspetta che ti passi.

Se il lavoro è salute, evviva la malattia!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A Mulher na Janela



Por que a mulher na janela?
Na janela, ela está sendo mulher.

Quem ela espera?
Será que é a volta do amado, ou a aparição do príncipe salvador?
Que sonhos ela guarda?
De quem se protege?
Quais esperanças ainda tem? E quantas outras já perdeu?
Por que olha tão distante? Ou então tão acanhada?
Por que na janela?

Uma mulher na janela é sempre uma mulher.
Um tanto melancólica, um tanto triste.
Um tanto sensual. Um tanto ideal.

Na janela, está sendo mulher.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

In Vino Veritas



Camaradas,

Falar de grandes homens é fácil. Basta elencar uma grande quantidade de seus feitos e dizer tudo o que ele representou para o mundo, para seus amigos, familiares e para os que apenas o conheciam.

Bem, hoje (ontem) faleceu Saul Galvão. Um grande homem. Nunca o conheci. Mas lia regularmente seus textos, suas dicas, suas experiências gastronômicas. Era quase como um amigo. Um guia na vida feliz dos sabores e das sensações. Seu ar professoral vinha também de sua imagem fanfarrona com belos e espessos bigodes.

Digamos que fui tecnicamente iniciado ao vinho com seu clássico “Tintos e Brancos”. Um livro acessível para aqueles que começam a se aventurar nesse mundo, mas também profundo – e sempre atualizado – sobre as sensações que Baco nos proporciona.

Desde esse primeiro contato, sempre gostei de suas descrições sobre os vinhos: aqueles que eu conhecia, e podia comparar, e aqueles que fiquei com vontade de experimentar.

Mas não só de vinhos ele falava. Todos os prazeres gastronômicos fazem parte de seus textos. Inclusive o de cozinhar. E, para os leigos ambiciosos, suas receitas fáceis e deliciosas estarão sempre disponíveis para os momentos especiais.

Além de um grande conhecedor, Saul Galvão era um grande comunicador. Um poeta. Porque só os poetas sabem dizer com palavras o que o espírito sente com o corpo.

Saúde!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Mais nova lição carioca

Camaradas,

O Rio de Janeiro é uma cidade cheia de encantos e cheia de pequenas curiosidades. Também, é cheia de grandes peculiaridades que remontam suas origens da colônia portuguesa.

Muito me espantei ao visitar o apartamento de um amigo, que habita o número 208 de determinado edifício. Fui alertado pelo porteiro que deveria pressionar o botão “4” para chegar ao andar correspondente ao apartamento que visitaria. Uma lógica um tanto estranha. De onde eu venho, os números dos apartamentos se referem, de alguma maneira, ao andar onde estão localizados. 208, portanto, deveria ser no segundo andar. Ou talvez no vigésimo. Eventualmente, talvez até no oitavo. Mas nunca imaginaria no quarto.

Passado meu espanto inicial, vi a seguinte placa, que atiçou ainda mais minha curiosidade.

(melhor que essa placa, só aquela “antes de entrar no elevador, certifique-se que o mesmo encontra-se parado no andar”)

Achei muito inteligente: o zero (sim, os cariocas conhecem essa inovação! Ponto pra eles! Os babilônios – a última civilização humana nos trópicos - não conheciam...), refere-se ao andar no nível da rua. Seqüencialmente, seguindo os números inteiros, cada andar tem como referência um número maior quando está em cima. De tal forma que o andar “5” fica exatamente um acima do “4”. Espantoso.

Ora, é louvável estabelecer que todos os andares sejam numerados seqüencialmente e sem letras! Sempre me confundi com a inexistência do 13º andar em vários edifícios novaiorquinos, e odeio – de verdade – aqueles andares “L”, “S”, “M”, “SL” ou “LO”, ou qualquer outra combinação que tente se referir ao nome do andar e impede que eu entenda afinal qual fica em cima e qual fica em baixo. E principalmente, qual é a saída.

Mas a numeração dos apartamentos, por algum motivo transcendental, não corresponde de maneira alguma ao andar onde estão localizados. Há uma fórmula matemática para definir o número do apartamento em relação ao andar: seja X o andar, e Y o primeiro algarismo do número do apartamento, a relação entre X e Y é: X = Y+2, para todo X >3 Os cariocas devem ser grandes matemáticos.

Para minha feliz surpresa, ao descer no quarto andar, estava de frente à porta 208. Ufa. Não entendi, mas deu certo. É por isso que a principal lição carioca é: nunca confie na lógica, nas regras ou nas placas. Pergunte aos locais.

Na próxima visita, perguntarei ao porteiro se no 3º pavimento encontra-se a Pontifícia Universidade Católica...

Tendo dito, até!

domingo, 23 de agosto de 2009

Beleza e tristeza



Camaradas,

Me deleito cheretando as pérolas guardadas no youtube. E algumas são realmente valiosas! Como essa triste e bela cena de New Orleans:



Tendo dito, até!

Noite Musical

Camaradas,

Há momentos que a gente se expressa mal. Felizmente as artes sempre nos ajudaram com essa ingrata tarefa.

Vai aí uma música delciosa, tradicional, gravada e regravada por muita gente. Mas poucas versões têm a carga emocional que Jo (ou talvez Cinderella?) conseguiu atingir. E isso porque ela era uma grande comediante!

Ei-la:


Ah... tendo ouvido, até!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Rach

Camaradas,

Uma das músicas mais belas, com um dos apelidos mais belos, tocada por uma das pianistas mais competentes.

Eis, Rach. Na versão 3.



tendo dito, e ouvido, até!

Canetas

Camaradas.

De quando em quando falamos por aqui de amor. E os sábios, como todos os humanos, não conseguem racionalizar o amor para coloca-lo em prosa. Mas também podemos falar do amor em sua versão um pouco mais física, sua vertente mais carnal, o sexo. Este, sem dúvida, é mais descompromissado, mais livre, mais libidinoso.

Mas pra falar disso, antes da novela, precisamos de uma versão mais poética. Mais escolar. Para comemorar a volta às aulas depois da gripe dos porquinhos.



Tendo dito, amado, sonhado, amado de novo, até!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Die Another Day (2002)



Comunistas. Lasers. Aston Martin (invisível!). Diamantes. Espadas. Tortura. Palácio no gelo. Traição. Satélite destruidor. Cuba. Madonna. Ah, que grande final para a série de filmes protagonizados por Pierce Brosnan! Eu adoro esse. É tudo excessivo.


quem manda aqui é a turma da rua de cima!



Digo mais: é um dos melhores da série. Todos os elementos, mesmo excessivos, são bastante coerentes – no universo James Bond, registre-se – e a quantidade de brinquedinhos tecnológicos é estafante. Além disso, a temática da guerra fria está de volta, graças à Coréia do Norte e seus malucos.



O vilão é um coronel norte-coreano que, numa clínica em Cuba, se metamorfoseou com tratamento genético num bonitão inglês. Ficou rico legitimando diamantes contrabandeados da áfrica através de uma mina falsa na Islândia. Com o dinheiro, construiu um satélite que condensa a luz solar e pode destruir qualquer coisa no planeta. Com isso, pretende finalmente invadir a Coréia do sul. Ufa. Plano fácil.


"eu o desafio para um duelo!"

Trata-se de um vilão interessante, bem ao estilo de Scaramanga ou talvez Sanchez, no sentido de serem playboys sofisticados e habilidosos comparando-se ao próprio Jimmy. É ajudado por alguns capangas, sendo o mais divertido o tal de Zao, que tem uma acne cara. Além disso, a sua assistente é uma agente dupla do MI6, deliciosamente gelada. Quase uma cerveja. Campeã de esgrima na olimpíada de Sidnei. Pra fechar a caracterização, a instrutora é a Madonna (!).


Diamonds are the girl's best friend

Só James é capaz de salvar o mundo de uma ameaça complexa como essa, e deixar pra morrer em outro dia. Ele conta com a ajuda da adorável Jinx, agente americana, que protagonizou uma saída do mar digna de Ursula Andress e o diálogo mais raso que James já teve com uma mulher antes de levá-la pra cama. É uma fonte de inspiração.


"magnificent view!"


E a ação? James surva, salta de para quedas, sai voando de helicóptero de dentro de um avião em chamas, dirige um hovercraft... e tem um carro invisível! Cheio de brinquedinhos!

O cinema é isso. James Bond é isso. Ação. Imaginação. Com um toque leve de referências ao mundo real...

The World is Not Enough (1999)



Camaradas,

Com tempo sobrando, retomo a empreitada há muito deixada em posição de espera para comentar este que é um dos filmes que menos gosto de toda a série. Jimmy está sério demais. Talvez essa tarefa de salvar o mundo lhe seja muito estafante.



Pra começar, não gosto dos vilões. O mais mau de todos é um terrorista apaixonado que faz as coisas por amor. Se mata por amor – e destruirá a ordem mundial por amor. Tudo para deixar sua amada mais rica e poderosa.


Você é mau. E eu sou do bem. Mas temos uma amiga em comum.


Modalidades heterodoxas de amor

A vilã é uma delícia. Muito má. Suas motivações não são muito convincentes, mas a deixam intensamente sexy. É uma patricinha que quer dominar o mundo e, como boa patricinha, joga seu charme para convencer seus namorados (Bond e o Vilão) a brigarem entre si. Uma luta de machos alfa em busca de sexo que implica também na destruição ou não do mundo. E talvez o mundo não seja o bastante.


"Oi, eu quero dominar o mundo. Me ajuda?"

Há outros elementos interessantes no filme. A presença de Valentin Zukovsky, o ex-expião fanfarrão soviético, é sempre hilária e providencial. Dessa vez ele gerencia uma empresa de caviar e um cassino. Muito justo.


Quer dar uma volta?


Destaque para a despedida de Q, que já velhinho dá as últimas lições ao nosso herói e anuncia seu substituto, o engraçado John Cleese do Monty Python. Logo depois das filmagens, Desmond Llewelyn teve um trágico acidente de carro. Saúde!

São as mulheres as responsáveis pela queda de um homem. No caso, uma graça de moça (Maria Grazia Cucinotta) se explode no balão e faz James quebrar duas ou três costelas. Então, nosso adorável sedutor tem a chance de subornar uma fisioterapeuta atenciosa, com a carne bastante aquecida, srta. Molly Warmflash, que o liberara para o serviço mesmo com dores nas costas.

A melhor personagem, por fim, é de longe a engenheira-física-nuclear-gostosa-independente-e-ao-mesmo-tempo-frágil-e-carente interpretada por Denise Richards, nossa grande musa de adolescência (ah, que garota selvagem!). É praticamente um presente de natal.


"Você me explicaria o princípio da combustão expontânea?"

Felizmente, James Bond consegue salvar o mundo, mais uma vez, e nos divertir com cenas impressionantes. As melhores são a corrida de lanchas no tamisa e a cena dentro do oleoduto. Felizmente, com esse filme acaba a década de 1990, os tempos mais caretas da humanidade.

Tendo dito, até!


que bom que o mundo não acabou!

Só para os loucos, só para os raros




Camaradas,

O sol de inverno carioca está lá fora e eu realmente não consigo me expor aos desinfetantes raios de luz.

Por recomendação médica, um sábio é obrigado a ficar em reclusão. E, estar consigo é sempre um pouco complicado. Os assuntos começam a se repetir e não há grandes novidades. Só memórias.

“Entre os homens dessa espécie surgiu o perigoso e terrível pensamento de que, talvez, toda a vida do homem não passa de um espantoso erro, de um aborto brutal da mão primeva, um cruel e selvagem intento frustrado da Natureza. Mas entre eles surgiu também a idéia de que o homem talvez não seja apenas um animal dotado de razão, mas o filho de Deus destinado à mortalidade.”

(clique aqui para o texto inteiro. Ah, como a Internet é maravilhosa!)

Felizmente, amanhã comemoraremos o 83º aniversário de Fidel. Tem coisas que nem o tempo – que sempre passa – consegue passar.

Tendo dito, até!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Duffman salvará o mundo!



Camaradas,

Na última semana a grande notícia foi que o companheiro Obama chamou a rapaziada para resolver as diferenças numa mesa de bar, montada ali no jardim da casa branca. Obama fez aquilo que nós sábios sempre soubemos: os problemas se resolvem no bar.



Do alto da sabedoria do Monte Logos, onde os sábios se reúnem (na verdade é um bar, mas a referência a uma montanha tem um vasto cunho mitológico que não podemos desperdiçar), percebemos as diferentes formas de noticiar o evento. Nos EUA a questão foi comemorada com festejos populares. Eles agora perceberam que os problemas pequenos e grandes (invadir residências e racismo) podem igualmente ser resolvidos na base do bar. E


Ah, a cerveja: causa e solução de todos os problemas!


Melhor que isso: com uma cervejinha antes do almoço, todo mundo pensa melhor. O problema do presidente anterior é que ele tomava burbon.


Cervejas claras consevam amizades


No Brasil, o caso teve várias versões. Na seriedade paulista do Estadão, comentou-se com certo cinismo a convicção de Obama na capacidade da cerveja resolver a parada. Para os quatrocentões, o certo é tomar cognac francês durante o verão. Vejam por exemplo a perseguição que o referido jornal faz ao gosto do presidente Lula pela bebida nacional...

Aqui no Rio, terras moralmente mais flexíveis, a grande preocupação do jornal do bairro era a marca de cerveja que cada convidado tomou. Evidentemente, o ufanismo aflorou ao registrar que Obama tomou Bud-Light – marca americana cuja globalização tornou belgo-brasileira. Vai Brasil-il! Diria o Galvão.


Desce a penúltima!


Bom mesmo foi o título dos jornais mais populares, aqueles sangrentos que comentam a vida policial, das novelas e das popozudas do momento: “Presidente Negão resolve apartheid tomando cerveja de bixa”.

Tendo dito, até!


Obama é bom de copo



Esse sim é o cara!



Obama e seu amigo Sarkô - que tem uns seis cérebros - prestam atenção na assistente do companheiro Lula

terça-feira, 28 de julho de 2009

Eu disse sim!

Camaradas,

Você nunca fará um santo de mim!

Eu já tive uma fase adolescente. Ainda que velho. Ainda que roqueiro.



E ainda não consegui ter satisfação...

Tendo dito, até!

A vida em rosa

Camaradas,

É, pois é, você nunca fará um santo de mim!



Tendo dito, até!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Está tudo bem...

Camaradas,

A beleza merece ser louvada!



Tendo ouvido, até!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Hoje vou dormir sem você.



Sem seu cheiro.

Sem seu carinho.

Sem seus olhos.

Sem seu corpo.

Sem seu sexo.

Mas com você na minha lembrança. Minha memória criativa.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Liberdade, Igualdade e Fraternidade



Camaradas,

A civilização francesa já foi a grande referência para as demais, pelo menos até a segunda guerra mundial. Infelizmente, hoje ocupa uma posição de referência “cult”, sofisticada e, por isso mesmo, de menor relevância. Apenas um luxo.

O mundo seria melhor se as teses de convergência apontassem para a França como objetivo final dos povos.



Viva a revolução!

Viva 14 de julho!

Viva a guilhotina: uma forma civilizada, barata, rápida e segura de execução!

E viva o sistema métrico!

Tendo dito, até!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Viva 9 de Julho!



Camaradas,

Viva MMDC! Viva Julio Prestes!

Nem todos sabem, mas os sábios sabem: eu e o sábio Leon formamos a colônia avançada paulista no Rio, o braço tático do PRP, a República MMDC. Ele como Primeiro-Ministro e eu como Comandante en jefe. E hoje, festejamos como se não houvesse amanhã!



É uma data histórica: o nove de julho é a comemoração da derrota militar dos paulistas contra Vargas. Sim perdemos a batalha. Mas a história é escrita pelos vencedores. A data hoje é conhecida como revolução constitucionalista, porque, afinal, os paulistas venceram.





Vencemos e hoje o país seguiu seu trilho do progresso! O café virou indústria, que virou usinas elétricas, que virou siderúrgicas, que virou casas Bahia, que virou soja. Nessa terra, em sem plantando tudo dá (a CIA já havia identificado isso, e o sábio paulista Felix nos comunicou).



Por ironia histórica, São Paulo é a única cidade do país que não tem nenhum lugar público nomeado com referência ao falecido presidente Getúlio Vargas. Mas a FGV fica na esquina virtual entre a av. 9 de julho e a av. Paulista...



Tendo dito, até!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Face a face

Camaradas,

Ando fora do eixo.

E estou sem muitas palavras. Bem, as tenho. Mas estou com dificuldade para articulá-las e torná-las compreensíveis. Mas há formas divertidas de dizer as mesmas coisas, com a mesma sabedoria.

Basta aproveitar a sabedoria de outros sábios.

Vá lá:


Adoro essa música. Pena que o vídeo é apenas uma seqüência de imagens...

E, o bacana mesmo é ficar face a face!

É, afinal esse disco todo é genial.


Sempre tem o Fred, ah o Fred, para tornar tudo ainda mais encantador!
(Ginger tem seu mérito, não vamos negar...)

Tendo dito, até!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Fora do Eixo

Camaradas,

O que nos empolga senão o mundo? O mundo são os outros. De repente, sair do eixo ajuda. É preciso sair pra ver. É preciso olhar de longe. Mesmo que seja da janela.



Por volta da meia-noite, quando todos os gatos são negros, as sensações sublimes se revelam.


Fora do eixo pressupõe ter estado com ele alinhado algum dia ou, mais precisamente, supõe a existência do tal eixo. No longo trajeto de sabedoria trilhado por nós, sábios, aprendemos que talvez o eixo nunca tenha existido. É apenas a metáfora para que possamos nos sentir desalinhados. Ah, essa sim é uma sensação sublime!

Às vezes as coisas acontecem e a gente nem sabe direito de onde vieram nem pra onde vão. É o que nos tira fora do eixo. É o que empolga. É bonito. É a vida.



Há tanta beleza por aí. Agradeço uma sábia amiga por me alertar da existência dessa gravação. E por estar fora do eixo.


Tendo dito, até!

domingo, 21 de junho de 2009

O filé de brontossauro

Camaradas,

O primeiro dia de inverno mostrou-se invariavelmente quente e aprazível na cidade do Rio de Janeiro. Na verdade, são os melhores dias por aqui: pouca chuva, pouca umidade, pouco calor, muito sol. Sábios eram os da corte imperial que passavam de maio a setembro por aqui e o resto do ano lá na serra petropolitana, onde o clima aceita humanos.

Mesmo fora do verão, a vida boêmia jamais perderá seu vigor! Enquanto existirem os otários, existirão os malandros! Enquanto existir o Estado, existirá o funcionário. Enquanto existir o INSS existirá o aposentado. E se tudo continuar assim, existiremos nós: os que gostam de viver.


Fred e sua família, pedindo um filé para viagem!


Há coisas deliciosas guardadas, escondidas nos bairros “que não figuram no mapa” do Rio de Janeiro. Viva o Cachambi. Trata-se de um bairro suburbano, agradável como muitos outros, que acabou ficando distante do centro dinâmico da balneário decadente, cemitério de fortunas. O Rio é um pouco autodestrutivo, percebo.

Na companhia adorável de outros dois sábios, Isaac e Lilith, aventurei-me pelo tempo perdido e conheci o delicioso filé de brontossauro. Uma iguaria que Fred Flinstone deixou como legado para toda a humanidade. Mas a aventura gastronômica foi bastante complexa, então vamos por partes, como diria Jack, o estripador.


Sabor! Muito sabor!


A começar pelo chope. Gelado. Com um belo colarinho. Ao estilo dos melhores servidos lá na capital. Há quem diga que depois do túnel Rebouças já começa a área de influência paulista. Talvez isso seja verdade. O chope era delicioso.

Bolinhos, ah os bolinhos! Na falta dos sugeridos de carne seca, experimentamos os de bacalhau. Nas palavras de Issac “só perdem para os de senhora minha avó”, grande dama da gastronomia portuguesa – vale registrar.


Sim, é isso aí!


Já que estávamos por lá, provamos também os bolinhos de feijoada. Uma inovação feita à base de massa de feijão (não como aquela do acarajé, uma triturada com a casca, preta), e recheada de couve mineira, carnes e outras coisas dessas que vêm numa feijoada. Talvez o melhor bolinho que já comi nessas paragens.

Não suficientemente contentes, provamos também o incrível pastel de camarão. Saboroso, temperado. Camarões grandes. Uma coisa fora dos padrões sulistas acostumados com o básico (e até outrora feliz) pastel do Belmonte. O Cachambi nos apresentou um mundo todo novo. Uma felicidade gastronômica impensável.


O gourmet que seleciona os ingredientes


Enfim, chegamos no motivo da visita: o filé de brontossauro. Uma coisa deliciosa preparada por Seu Pança, um simpático rapaz que fez questão de nos apresentar todos os ingredientes e a técnica de preparação do acepipe. Um tratamento que, de cá do túnel, jamais foi vivenciado. O Cachambi é realmente um lugar da felicidade.

Sabor. Muito sabor. O filé de brontossauro, tecnicamente falando, é o conjunto de carnes e gorduras que envolvem um grande osso. Provavelmente oriundo da costela do extinto animal. É difícil descrever em palavras. Mas a sensação é algo orgástica. Algo transcendental.



Nós, distintos sulistas quase turistas, nos deleitamos com tanta felicidade material. Mais que isso, percebemos no cardápio ainda algumas opções por serem testadas: a palmeira recheada de camarões (algo como um palmito de um metro e meio, aberto com muito recheio); os tais bolinhos de carne seca e, por fim e não por menos; o “enfarto completo”, conjunto de churrascos cujo nome fala por si.

Nossos horizontes foram alargados. O Rio jamais será o mesmo.

Voltaremos!

Tendo dito, até!