segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Diamonds are Forever (1971)



Quando eu era mais jovem, e menos sábio, gostava desse filme. Não sei por quê. Ao assistir novamente ontem percebi que talvez seja um dos menos interessantes da série. Bem, depois da tentativa de substituição com Lazenby, Sean Connery volta a viver James Bond nesse filme, mas ele já está cansado. Cansado do próprio personagem e já não o leva mais a sério. Ao mesmo tempo, Connery faz uma versão mais madura e menos passional do personagem. Acho que é por isso que me incomoda.


(Brinquedo de criança crescida)

A dupla de vilões-viados Mr. Wint e Mr. Kidd é bem irritante. Não chegam a ser maus, não são geniais nem suficientemente engraçados. Acho desnecessário. Há também outros motivos que decepcionam. Os brinquedinhos, apesar de úteis, não são tão fantasiosos: uma impressão digital falsa aqui, um revólver pra lançar ganchos de alpinismo lá... um bonito Mustang vermelho, mas sem opcionais.


(Hidroginástica)

Brinquedinhos mesmo têm o Blofeld, que faz cópias de si mesmo em outras pessoas por cirurgia plástica, e cria um satélite de diamantes capaz de focalizar energia e explodir qualquer coisa na Terra (tema que será retomado pelo vilão no Die Another Day). Além disso, Blofeld tem um buggy lunar, daqueles que impressionaram o mundo nos primeiros anos da década de 1970 devido à conquista da Lua e à transmissão ao vivo e a cores para as TVs de todo o mundo. Jimmy, evidentemente, faz uma bonita cena de fuga usando esse equipamento no deserto americano.



Las Vegas é o principal cenário desse filme. É uma cidade em constante transformação e acho muito curioso ver outros filmes mais recentes que se passam lá e comparar com esse: há poucos prédios altos em 1971. A maioria das construções é bastante horizontal e as luzes são completamente aleatórias. Uma lei “cidade-limpa” faria bem, nesse caso. A extravagância já estava lá. Faltava só o tempo pra construir pirâmides, torre Eiffel e outras atrocidades...


(A bela e honesta Plenty ajuda nos dados)

É no cassino que Bond conhece Plenty O’Toole (divino nome, divino decote), uma moça totalmente honesta que se aproxima dele ao ouvir as cifras de seu jogo. Por ajudá-lo a lançar os dados, recebe cinco mil dólares de gorjeta (valor bem gorducho para a o período dos últimos suspiros de Bretton Woods). Em troca, vai direto para o quarto de 007. Tristemente, a moça é defenestrada (literalmente) e James acaba a noite com Tiffany Case (outro nome curioso).


(Tiffany é interessante, mas não cativa)

Plenty, vivida pela linda Lana Wood, é muito mais atraente que Tiffany (Jill St. John), mas é com essa última que Bond se enrosca no filme. Talvez por ser um recém viúvo amargurado, nesse filme Jimmy só contabiliza uma namorada, apesar de cruzar com tantas outras moças interessantes pelo caminho. A honesta Plenty é a melhor delas. Logo no início do filme James arranca o sutiã de uma outra moça simpática – anônima – para com isso conseguir informações, mas não há registro se a conversa seguiu sua trajetória natural. Posteriormente, Bond é recebido por uma dupla de acrobatas que lhe proporcionam atividades violentas, mas cuja energia é apagada ao serem jogadas na piscina.


(assim fica fácil conseguir informação)

Bem, já falei demais de um filme que não me atrai tanto. Gostaria apenas de registrar uma curiosidade sobre o enredo. James Bond acaba salvando o mundo de um plano maligno de Blofeld, mas sua missão original não era essa. Ele acaba descobrindo essa trama por acaso, ao pesquisar sobre tráfico ilegal de diamantes. E aí a coisa é curiosa: o serviço secreto britânico teria sido orientado por uma grande empresa de diamantes para investigar o tráfico ilegal pois estaria receosa de ter problemas comerciais! Isso em tempos que se discutia e protestava abertamente sobre a questão dos diamantes africanos e os conflitos sociais e políticos daquele continente por esse motivo...

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Carlos,

Estou acompanhando com entusiasmo seus comentários sobre os filmes de James Bond.

Gostaria de comentar que não entendi o que você quer dizer com a "honestidade" de algumas moças.

Poderia me explicar?

Anônimo disse...

Prezada Felicity,

As honestas ganham a vida honestamente. Além disso, seu trabalho caridoso mantém a teia social estável e garante a continuidade da família, da propriedade e da tradição.

Se estiver interessada, temos vagas para moças no meu mais novo empreendimento.

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