terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Porquinho-da-Índia



Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas . . .
— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
(Manuel Bandeira)

Faço das palavras deste mestre a minha epígrafe neste mural do pensamento contemporâneo. Digo isto, pois não há nada que toque tão forte a essência dos homens como o afeto, o carinho infantil que se nutre pelo amor que desabrocha - e que nunca mais desaparece. Aquele serzinho que fica aqui dentro, bem escondido, e que em certos momentos se aflora como tristeza, saudade, ou paixão. Ai de quem nunca amou...

Um comentário:

Anônimo disse...

Leon,

o porquindo da india sempre nos traz as melhores lembranças.

no meu caso foi uma cabrita. e ela não se escondia não. adorava!